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Alfarrobeira - árvore com história

A
alfarrobeira (Ceratonia siliqua), também conhecida como Pão-de-João ou Pão-de-São-João, figueira-de-Pitágoras e figueira-do-Egito, é uma árvore de folha perene, originária da região mediterrânica que atinge cerca de 10 a 20 m de altura, cujo fruto é a alfarroba (do hebraico antigo charuv (חרוב), a semente, pelo árabe al karrub, a vagem).


Origem:


A palavra vem do francês médio Carobe, que foi tomada a partir de árabe خروب (kharrūb, "vagem de alfarroba"), que deriva de idioma acadiano kharubu.

Ceratonia siliqua, o nome científico da alfarrobeira, deriva do grego kerátiοn (κεράτιον), "fruto da alfarrobeira" (de keras [κέρας] "chifre"), e do latim siliqua "semente de alfarroba."

A espécie em si é antiga, tendo sobrevivido à última era do gelo e florescido em toda a região do Mediterrâneo desde então. Há evidências de cultivo e uso de produtos da alfarrobeira de há pelo menos 4000 anos que datam da Grécia e do Egito antigos, onde a planta era usada como fonte de alimento.

Como outras, a planta teria sido levada pelos árabes para o Norte de África, Espanha e Portugal.

Os espanhóis por seu lado levaram a alfarrobeira para o México e a América do Sul, e os britânicos levaram-na para a África do Sul, Índia e Austrália.

Há registos que mostram que a alfarrobeira foi intencionalmente introduzida nos Estados Unidos em 1854, e as primeiras mudas aparentemente foram plantadas na Califórnia em 1873.

Características:


É uma árvore que se adapta bem a climas adversos e a solos pobres, pelo que, em toda a sua distribuição natural, a espécie tem sido amplamente cultivada devido à sua fiabilidade como recurso alimentar e combustível, mesmo em épocas de seca.

A alfarrobeira é de crescimento lento, levando até 8 anos para produzir os seus primeiros frutos, e 15 anos para produzir frutos de tamanho comercial, para muitas aplicações, sendo que ela continuará depois a produzir por mais 200 anos, durante toda a vida da planta.

É uma árvore com uma bela sombra que leva 20 anos para atingir a sua altura total, que é de mais de 15 m de altura e de largura, com uma raiz principal de até 38 metros de profundidade.

Em lugares como o Egito, por exemplo, onde a água é principalmente subterrânea, essa longa raiz principal permitiu que as alfarrobeiras sobrevivessem.

E é devido ao seu sistema radicular profundo que permite que se adapte a uma grande variedade de condições do solo e que faz com que esta espécie seja extremamente resistente à seca, sem necessidade de grande irrigação.

Cresce bem em terras marginais de baixa precipitação e é usada para melhorar a terra. As alfarrobeiras crescem em solos calcários tão bem como em solos arenosos ou argilosos, mas podem tolerar condições de solo mais pobres, incluindo áreas rochosas.

Crescem em habitats com pluviosidade escassa, tolerando uma elevada salinidade (um pH na faixa de 6,2 a 8,6), e não necessitam de pesticidas. Por isso as alfarrobeiras são naturalmente aptas às exigências da agricultura biológica.

Sendo uma espécie altamente resistente à seca, a alfarrobeira está adaptada às condições climáticas da região Mediterrânica, sendo intolerante ao alagamento, tendo preferência por solos com uma boa drenagem e não excessivamente ensolarados.

Também é livre de muitas pragas e doenças, porém é suscetível à podridão da raiz. Depois de a planta se estabelecer, ela requer pouca manutenção, exceto a poda para estimular o seu único caule, se necessário.

As folhas com um comprimento variável entre os dez e os vinte centímetros, formadas por seis a dez folíolos ovais, inteiros, coriáceos, são largas, verde-escuras e oferecem uma sombra substancial.

Aos seus frutos dá-se o nome de vagens (alfarrobas) que nascem nos caules velhos da planta em caules de flores curtos, sendo longos e coriáceos, muitas vezes crescendo até 300 mm de comprimento, e caracterizam-se por serem semelhantes ao feijão, de cor acastanhada escura, que permanecem fechadas depois de maduras.

Os frutos amadurecem no ano seguinte ao da floração e a sua presença pode coincidir com a floração do ano seguinte, sendo depois colhidos quando estão maduros, ou seja, quando adquirem a cor acastanhada escura. polinização efetuada por abelhas devido aos pequenos cachos de flores que oferecem grandes quantidades de néctar como incentivo.

As vagens são depois abertas e do seu interior, as sementes duras são removidas. Os frutos vazios são então lavados, torrados a seco para inativar as enzimas que quebrariam o produto e então moídos como o trigo até se atingir um pó castanho muito fino, que é naturalmente doce.

Este pó fino pode ser usado da mesma forma que se usa o cacau só que com necessidade de menos açúcar.

Plantação:


Existem técnicas específicas para assegurar condições ótimas à germinação de sementes desta árvore.

As sementes podem ser semeadas em recipientes individuais ou em tabuleiros de germinação, assegurando que no processo de sementeira as sementes sejam colocadas à profundidade recomendada.

Antes de semear a alfarrobeira, mergulhe a semente em água morna durante aproximadamente 24 horas.

Utilizando vasos pequenos, cobre-se então o fundo do vaso com pequenas pedras, prepara-se uma mistura de terra com turfa, na proporção de uma parte de terra para duas de turfa.

Depois coloca-se um pouco de água e mexe-se bem, enche-se um pouco mais de metade do vaso com a mistura preparada anteriormente e comprime-se ligeiramente.

De seguida coloca-se a semente, acaba-se de encher o vaso com a mistura e comprime-se novamente.

É importante dar uma ligeira rega para manter a humidade e colocar o vaso num local quente, com pouca luz. Quando os rebentos começarem a surgir, retira-se o vaso do local em que se encontra e coloca-se num local com luz abundante.

Quando estes rebentos já tiverem alguns centímetros de altura já poderão ser colocados no exterior, sem se esquecer de regar sempre que a terra fique seca na superfície.

Curiosamente a maioria das alfarrobeiras são monóicas, com flores masculinas e femininas individuais. Por isso, no cultivo comercial, as árvores são enxertadas macho e fêmea, de modo que cada árvore possa produzir uma colheita.

Boa plantação!!  [no-sidebar]

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